11 março 2006

Tempos de Mudança

Estou vivendo dias de mudança. Tirando arestas, ajustando minha alma aqui e ali, despertando velhos sonhos guardados, engavetando outros pra daqui a quem sabe quando... Nesses tempos de reinvenção, algumas dores palpitam, algumas alegrias florescem... É a vida, como diz Cecília Meireles, todo dia precisando ser reinventada. Difícil viver, mas morrer não está nos planos, pelo menos por enquanto. Não falo de morte do corpo, mas daquela que acontece quando nos desencantamos com a vida.






Reinvenção
Cecília Meireles

A vida só é possível
reinventada.

Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas...
Ah! tudo bolhas
que vem de fundas piscinas
de ilusionismo... — mais nada.

Mas a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

Vem a lua, vem, retira
as algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira
da lua, na noite escura.

Não te encontro, não te alcanço...
Só — no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só — na treva, fico: recebida e dada.

Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

2 comentários:

Anônimo disse...

A arte da vida consiste em fazer da vida uma obra de arte (Mahatma Gandhi).
Boa semana a você.
Convido você a ler meu texto na CDB.

Fátima Franco disse...

"Viver e não ter a vergonha de ser aprendiz" como diz o Gonzaguinha, é o melhor que podemos fazer quando passamos por mudanças.Elas acontecem prá que a gente se reinvente, encontre novos caminhos, vejo a vida e as situações por outros ângulos, que talvez a gente tenha esquecido em algum canto.
Leia um pouquinho de Chico Xavier.Vai te ajudar,"porque nada acontece por acaso"
Beijos