30 março 2006

Que vergonha!!!

Olha só que contrasenso vivemos em nosso país! É por isso que professor ganha pouco. Imagina se conseguir produzir seres pensantes!!! Seria uma ameaça para esses vermes aí! Fellipe Agner produziu o vídeo. Ajude a divulgar!



19 março 2006


O poeta que tanto amo, Mário Quintana, expressou bem o que muitos de nós vivemos no dia a dia. Um dia nos roubam algo aqui, algo ali, um sonho, um direito, uma palavra. E de cada vez, nos matam um pouco. Até que o golpe fatal é quando nos tiram a esperança. Queria escrever algo mais alegre, mas hoje não dá...


DA PRIMEIRA VEZ QUE ME ASSASSINARAM

Da primeira vez em que me assassinaram
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois, de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha...

E hoje, dos meus cadáveres, eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada...
Arde um toco de vela amarelada...
Como o único bem que me ficou!

Vinde, corvos, chacais, ladrões da estrada!
Ah! Desta mão, avaramente adunca,
Ninguém há de arrancar-me a luz sagrada!

Aves da noite! Asas do Horror! Voejai!
Que luz, trêmula e triste como um ai,
A luz do morto não se apaga nunca!

- Mário Quintana -

18 março 2006


Vestibular da Universidade da Bahia* cobrou dos candidatos a interpretação do seguinte trecho de poema de Camões:

"Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói e não se sente,
é um contentamento descontente,
dor que desatina sem doer".

Imagem do site Laura Poesias


Uma vestibulanda de 16 anos deu a sua interpretação:
"Ah! Camões, se vivesses hoje em dia,
tomavas uns antipiréticos,
uns quantos analgésicos
e Prozac para a depressão.
Compravas um computador,consultavas a internet
e descobririas que essas dores que sentias,
esses calores que te abrasavam,
essas mudanças de humor repentinas,
esses desatinos sem nexo,
não eram feridas de amor,
mas somente falta de sexo!"

Ganhou nota dez. Foi a primeira vez que, ao longo de mais de 500 anos, alguém desconfiou que o problema de Camões era falta de mulher...

Fonte desconhecida

11 março 2006

Tempos de Mudança

Estou vivendo dias de mudança. Tirando arestas, ajustando minha alma aqui e ali, despertando velhos sonhos guardados, engavetando outros pra daqui a quem sabe quando... Nesses tempos de reinvenção, algumas dores palpitam, algumas alegrias florescem... É a vida, como diz Cecília Meireles, todo dia precisando ser reinventada. Difícil viver, mas morrer não está nos planos, pelo menos por enquanto. Não falo de morte do corpo, mas daquela que acontece quando nos desencantamos com a vida.






Reinvenção
Cecília Meireles

A vida só é possível
reinventada.

Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas...
Ah! tudo bolhas
que vem de fundas piscinas
de ilusionismo... — mais nada.

Mas a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

Vem a lua, vem, retira
as algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira
da lua, na noite escura.

Não te encontro, não te alcanço...
Só — no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só — na treva, fico: recebida e dada.

Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.